Brasil Colônia

Meu interesse por assuntos ligados a religiões, principalmente à Igreja Católica, começou anteontem, mas quando vejo algo ou alguém apontando o dedo para algum religioso, culpando-o dos males do mundo, logo me estremeço.

No livro que já citei aqui no blog, “Cultura é Patrimônio – Um Guia”, de Lúcia Lippi de Oliveira, da editora FGV, a autora aborda “A Catequese dos Gentios e as Festas na Colônia”, no Brasil.

Ela demonstra a importância dos Jesuítas na formação do que temos hoje na nossa cultura.

Para a catequese dos gentios (você pode odiar isso, mas é a verdade) os Jesuítas e a arte Barroca, se apoiavam no sincretismo, nas festividades na colônia, num estilo de vida e no teatro jesuítico.

O teatro jesuítico, além de se valer de símbolos e tradições indígenas, para catequizar, deixou um espaço para a sobrevivência das culturas indígenas, africanas, em hibridação com as europeias. Daí nossa cultura miscigenada, atual, no Brasil.

Naquele tempo, as ordens religiosas e as irmandades foram os principais mecenas (patrocinadores) das artes e dos artistas. Os primeiros arquitetos e artistas vinham da Europa com suas Congregações (mais tarde, artistas leigos vieram, participantes de ordens terceiras).

A formação dos artistas dava-se em oficinas, dirigidas  por mestres de ofício (muito atual). A oficina era onde se aprendia, se produzia e se morava….

A arte da colônia portuguesa, Brasil, absorveu primeiramente o que veio da Europa e foi transplantado aqui. Copiar os grandes mestres de Portugal, Itália e França era a grande jogada. Deles se originaram as obras que na cultura Barroca expressavam o “complexo movimento da alma” (?).

Uma questão que Lúcia Lippi apresenta no estilo Barroco é: se a religiosidade exaltada, o misticismo, o espetáculo se referem a um tempo passado da história da cultura nas colônias portuguesas e espanholas do Novo Mundo, ou se são marca de origem que se faz presente até os dias atuais.

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